Deathloop | AnĂ¡lise

Desde o momento em que foi anunciado, foi muito claro que a Arkane Studios estava a tentar algo diferente e refrescante, um jogo em primeira pessoa onde repetimos o mesmo dia atĂ© conseguir-mos o objetivo final: matar os 8 alvos principais, em uma ilha pronta para nos desafiar e impedir que o nosso objetivo seja cumprido. Para o fazer, temos Ă  nossa disposiĂ§Ă£o uma grande variedade de armas, gadgets e poderes supernaturais, e todo um mundo com milhares de opções onde podemos resolver este puzzle Ă  nossa maneira.

Em Deathloop jogamos como Colt Vahn, a nossa personagem acorda uma manhĂ£ na ilha de Blackreef, inserido numa sociedade que gosta de viver a sua vida de luxo presa num loop temporal infinito. Os problemas começam quando Colt trai a organizaĂ§Ă£o e tenta destruir o loop. Mas para concluir este feito, ele terĂ¡ que matar 8 visionĂ¡rios que estĂ£o espalhados pela ilha no espaço de um dia apenas, esses mantĂªm o loop estĂ¡vel, mas cada um tem a sua prĂ³pria agenda e rotinas. Cada dia que vivemos no loop servirĂ¡ para juntar provas e aprender mais sobre eles, de forma a resolver este puzzle de assassino. 

Mas isso nĂ£o Ă© tudo, para complicar ainda mais a nossa missĂ£o, temos Julianna Blake, a Ăºnica pessoa na ilha que mantĂªm a memĂ³ria apĂ³s o reinĂ­cio do dia, o seu objetivo Ă© assegurar que Colt nĂ£o destrĂ³i o ciclo do loop. Ela pode ser controlada por inteligĂªncia artificial, ou por um jogador online, essa opĂ§Ă£o Ă© dada ao jogador e pode ser alterada a qualquer momento no menu. As conversas entre Julianna e Colt pelo rĂ¡dio sĂ£o frequentes e cheias de humor, algumas delas contendo pistas, um twist que coloca a histĂ³ria do jogo noutro nĂ­vel.

Uma das partes mais importantes num jogo como este estĂ¡ na ilha em si, no design e na vida da mesma. E nisso temos que dar muito crĂ©dito Ă¡ Arkane, desde as armas que sĂ£o extremamente criativas, mas ao mesmo tempo muito bem balanceadas, o que concede ao jogo um ritmo e jogabilidade incrĂ­vel. A ilha estĂ¡ cheia de vida e segredos para descobrir, muitos dos quais nĂ£o descobrimos Ă  primeira visita pelo mesmo local onde jĂ¡ passamos, o que dĂ¡ uma sensaĂ§Ă£o refrescante e aumenta o nĂ­vel de repetiĂ§Ă£o do jogo. Temos a maior variedade de localizações, desde bunkers, museus de arte e clubes noturnos, tudo isto acompanhado por uma banda sonora de qualidade fenomenal e que assenta que nem uma luva ao tom de cada momento do jogo.

Cada dia Ă© nos dada a opĂ§Ă£o de visitar quatro locais diferentes da ilha, um de manhĂ£, outro ao meio-dia, outro durante a tarde e por fim um local de noite, o tempo apenas anda para a frente quando terminar-mos uma das partes do dia e regressarmos. Dependendo da hora do dia, todos os locais mudam um pouco, inclusive algumas pistas apenas podem ser descobertos a uma certa hora do dia, ou atĂ© mesmo algum visionĂ¡rio pode apenas aparecer durante um certo perĂ­odo do dia na sua parte da ilha.

A forma como o jogo nos apresenta as pistas e mistĂ©rios que jĂ¡ desvendamos Ă© bastante intuitiva, estas depois de concluĂ­das sĂ£o preservadas, mesmo apĂ³s o reset do dia. Em cada parte do dia temos apenas 3 vidas, no caso de as perdermos a meio de alguma investigaĂ§Ă£o ou parte importante do jogo, o dia farĂ¡ reset, e tudo o que nĂ£o acabamos por concluir desparece, o que pode ser um pouco frustrante por vezes.

O arsenal de armas presente em Deathloop Ă© fenomenal, existe uma grande variedade de armas, quer sejamos um jogador mais silencioso, ou queiramos entrar com tudo dentro da ilha. Existem variantes e melhorias para todas as armas, que alteram a forma como a arma funciona e que tornam o progresso bastante interessante.

Existem dois tipos de coletĂ¡veis no jogo, as Tinkets, que podem servir para dar upgrades nas armas ou melhorar as habilidades do Colt, existe um mĂ©todo dado pelo jogo de forma a que estas melhorias fiquem para sempre, mesmo apĂ³s o loop. JĂ¡ as Slabs, que nos dĂ£o poderes supernaturais, o Ăºnico problema Ă© que apenas Julianna e os visionĂ¡rios os tĂªm, o que os torna mais difĂ­cil obter, mas sem dĂºvida vale a pena, estes poderes permitem fazer algumas coisas bem ao estilo da Arkane e de Dishonored, desde teletransportar, atĂ© explodir um grupo de inimigos.

Os poderes de Julianna, tambĂ©m sĂ£o extraordinĂ¡rios. Jogar como a caçadora Ă© bastante divertido, ela pode tomar a forma de uma personagem AI, colocar armadilhas e subir na hierarquia dos visionĂ¡rios. Quanto maior for o nosso Hunter Rank, melhores equipamento conseguimos usar. Ela pode apenas aparecer uma vez durante um dia de loop, por isso se ainda nĂ£o a encontramos durante o dia... Ă© melhor estar atento. Entrar no jogo de um amigo entĂ£o, Ă© diversĂ£o garantida.

Mas como qualquer jogo, Deathloop nĂ£o Ă© perfeito. Infelizmente a experiĂªncia pode ser arruinada em certos momentos por bugs e crashes, que nos obrigam a reiniciar o jogo e perder todo o progresso da altura do dia onde estĂ¡vamos. Mas estou certo que irĂ¡ melhorar com algumas correções que jĂ¡ devem estar a ser preparadas.

 Estamos perante uma obra de arte, a Arkane conseguiu criar um jogo divertido e Ăºnico, e que apesar de ser baseado num loop apresenta um nĂ­vel de repetiĂ§Ă£o incrĂ­vel. A atenĂ§Ă£o ao detalhe e design Ă© do melhor que jĂ¡ vi num videojogo. Este serĂ¡ sem dĂºvida um candidato a jogo do ano.   


  
             


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